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Acionistas minoritários querem subida do preço da OPA do BPI para 2,26 euros

A ATM, associação sem fins lucrativos na defesa dos investidores, em conjunto com a sua congénere espanhola, AEMEC, e a Better Finance, associação europeia de utilizadores de serviços financeiros reclamam uma subida do preço por parte do CaixaBank
  • Jose Manuel Ribeiro/Reuters
27 Outubro 2016, 12h38

A Associação de Investidores e Analistas Técnicos (ATM) – que representa cerca de 4% de acionistas do BPI – reclamam uma subida do preço da oferta pública de aquisição (OPA) do CaixaBank sobre o BPI. Em vez dos 1,1334 euros oferecidos pelos catalães, a associação calculou que o preço deveria ser de 3,15 euros. No entanto, os representantes destes pequenos acionistas estão dispostos a aceitar a OPA por 2,26 euros por título.

“A contrapartida mínima a ser fixada pela Comissão de Mercado de Valores Mobiliários por cada valor mobiliário representativo do capital social do BPI terá de ser 3,15 euros ou então deverá ser nomeado um auditor independente para fixar tal contrapartida que, em todo o caso, nunca poderá ser inferior a esse valor de 2,12 euros  e deverá situar-se nos 3,15 euros por acção”, adianta a ATM em comunicado. Já os 2,26 euros é o valor pelo qual os acionistas minoritários estão dispostos para “deixar correr a OPA”, acrescentou Octávio Viana, responsável da ATM, em conferência de imprensa

Octávio Viana adiantou que caso não haja “revisão da oferta ou nomeação de um auditor independente [que ficará responsável por fixar o preço] iremos impugnar a OPA como toda a força. E processos destes podem demorar cerca de um ano”. Isso, naturalmente, irá fazer com que “o Banco Central Europeu (BCE) tenha de atuar”, uma vez que a venda dos 2% à Unitel foi a solução encontrada para cumprir as exigências do BCE de redução da exposição a Angola. Questionado sobre quem irá perder caso isso aconteça, Octávio Viana afirma que “todos”. Razão pela qual “será do interesse do interesse de todas as partes a resolução deste problema”. O representante da associação não tem dúvidas: “o CaixaBank vai mesmo ter de subir a oferta”.

“A venda de um total de 26.111 ações representativas de 2% do capital social do BFA à Unitel, S.A. por um preço global de 28 milhões de euros, em contrapartida da Unitel votar favoravelmente no sentido dos estatutos do BPI deixarem de conter as limitações à contagem de votos, não reflete um justo prémio de controlo que deve ser partilhado com todos os acionistas (e não apenas com a Unitel – que não o paga)”, explica a ATM em comunicado.

A ATM, AEMEC e Better Finance avaliam o prémio pelo controlo do BFA em 639 milhões de euros.

 

Para a associação “o Conselho de Administração do BPI não tem adotado as melhores práticas de governação societária e tem atuado com falta de independência ao aceitar realizar operações lesivas aos interesses da sociedade”, como é o caso da “venda de 2% do capital do BFA”.

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