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As reações à morte de Mário Soares, antigo Presidente da República

Insubstituível, lutador, grande democrata, e rosto do democracia, Estas são apenas algumas palavras usadas para descrever Mário Soares, antigo Presidente da República, que morreu hoje aos 92 anos.
7 Janeiro 2017, 17h38

As reações à morte do antigo Presidente da República, Mário Soares, chegam de vários quadrantes da política e da sociedade portuguesa. Veja aqui algumas:

Marcelo Rebelo de Sousa, Presidente da República:

“Travado o seu penúltimo combate, partiu do nosso convívio de todos os dias, o presidente Mário Soares. Mário Soares nasceu e formou-se para ser um lutador, e para ter uma causa para a sua luta – a liberdade. A liberdade em Portugal, a liberdade na Europa, a liberdade no mundo. Foi em homenagem à liberdade que se viu perseguido, preso e deportado, e viveu no exilio até 1974, que por ela se bateu durante os conturbados anos da revolução”.

“Chefiou vários governos, presidiu aos destinos da pátria. Mas foi sobretudo como lutador pela liberdade que se revelou determinante para criar a nossa democracia, a votar a nossa constituição. A ver a lusofonia como comunidade de estados soberanos e irmão”.

Eduardo Ferro Rodrigues, presidente da Assembleia da República:

“É com grande pesar que tomo conhecimento do falecimento de Mário Soares. É costume dizer-se dos grandes políticos que a sua vida se confunde com a do tempo histórico que viveram. No caso de Mário Soares, não será exagerado dizer que é o último quartel do século XX português que se confunde com ele”.

António Costa, primeiro-ministro:

“A perda de Mário Soares é a perda de alguém que teria sido insubstituível na nossa história recente.  Devemos-lhe muito e ficamos para sempre eternamente gratos”.

“O Governo vai decretar luto nacional de três dias a partir da próxima segunda-feira, e decreta também que seja prestadas ao Dr. Mário Soares as honras de funerais de Estado”.

Jorge Sampaio, ex-Presidente da República:

“É um momento de profundo pesar para Portugal, mas também para a Europa. Foi um grande construtor da democracia e da nossa O que mais surpreende é a sua extraordinária capacidade de luta durante 70 anos da sua vida, desde jovem idade ate praticamente há pouco tempo. Mário Soares esteve sempre na primeira linha”.

“Foi preso, deportado, exilado, nunca perdeu o seu amor por Portugal. Sempre acreditou naquilo que era o interesse de Portugal, aquilo que estrategicamente seria vital para a democracia portuguesa”, para qual contribuiu”encabeçando lutas decisivas para aquilo que foi e é o consolidar da democracia portuguesa”.

Diogo Freitas do Amaral, ex-líder do CDS-PP, e adversário de Soares nas presidenciais de 1986:

“Morreu o ‘Patriarca da Democracia’. Ninguém a encarnou melhor do que ele, antes e depois de 1974. À doutora Isabel Soares e ao doutor João Soares, nossos bons amigos, a minha mulher e eu enviamos as nossas mais sinceras condolências”.

Pedro Passos Coelho, líder do Partido Social Democrata:

“Trata se de uma personalidade muito particular, que está muito ligada ao nosso regime democrático. Foi um dos fundadores do regime democrático em que hoje vivemos. Mas foi mais do que isso. Foi uma pessoa que desempenhou funções de grande relevo ao longo de todos estes anos, quer como dirigente partidário, quer como governante, como primeiro-ministro, como Presidente da República”.

“Será impossível escrever a história de Portugal nos últimos anos, nas últimas dezenas de anos, sem poder nelas encontrar referências múltiplas à sua intervenção política em muitas ocasiões decisiva. É portanto um dia triste, estou convencido, que para todos os portugueses. Como um grande democrata que foi, o dr. Mário Soares foi também um político polémico que combateu pelas suas ideias. Há de ter feito muitos amigos, terá tido também, com certeza, muitos adversários ao longo de todos estes anos, qualquer que seja a posição, em todo o caso, ninguém negará que lhe devemos um profundo respeito e lamentamos evidentemente a sua morte”.

Partido Socialista, em comunicado:

“Portugal perdeu hoje o pai da Liberdade e da Democracia, a personalidade e o rosto que os portugueses mais identificam com o regime nascido a 25 de Abril de 1974, “O dia inicial inteiro e limpo/ Onde emergimos da noite e do silêncio”, de que falava a sua amiga Sophia e pelo qual tanto se bateu Mário Soares ao longo de toda a sua vida. Combate que o moveu até ao fim”.

“Com o seu desaparecimento, o Partido Socialista acaba de sofrer a maior das perdas imagináveis, a sua maior referência, o fundador e militante nº1, figura maior e indelével do socialismo democrático português e europeu, Mário Alberto Nobre Lopes Soares. O nosso muito querido camarada Mário Soares. Este é um momento de profunda dor para todos os socialistas, que sabemos partilhada por tantos e tantos portugueses, que reconhecem em Mário Soares uma figura maior da nossa Democracia. Sobre todos e sobre cada um dos socialistas portugueses fica a imensa responsabilidade de saber estar permanentemente à altura do legado deste gigante do socialismo democrático, da Democracia e da Liberdade. Mário Soares continuará a ser uma referência incontornável, um exemplo e um motivo de orgulho para todos nós”.

Catarina Martins, líder do Bloco de Esquerda:

“O homem com tantas vidas como a nossa democracia. Contraditório, certamente. E sem esquecer nada, digo-vos que hoje escolho recordar com gratidão o homem que mandou a idade e o conforto às malvas para se levantar na aula magna, com toda a esquerda, na defesa do país contra a troika”.

Bloco de Esquerda, em comunicado:

“Mário Soares foi um dos maiores protagonistas da política portuguesa e marcou o século XX. Foi combatente anticolonial e antifascista, preso político e exilado. Foi constituinte e fundador do regime constitucional de 76, ministro de governos provisórios, Primeiro-Ministro e Presidente da República. Socialista, republicano e laico, como ele próprio se definiu, foi o mais comprometido obreiro da integração de Portugal na União Europeia”.

“Ao longo da sua vida, Mário Soares foi contraditório e frontal nas lutas que escolheu. Marcou todos os momentos determinantes da vida do país, por vezes em conflito e outras vezes em aliança com forças de esquerda”.

Assunção Cristas, líder do CDS-PP:

“Soares teve um papel único na definição do Portugal Democrático Europeu”.

“Em muitas alturas, o CDS teve grandes divergências políticas com o dr. Mário Soares, mas não esquecemos o seu papel fundador no Portugal Democrático, especialmente no difícil período revolucionário em que se opôs à hegemonia política e totalitária – e em que, tendo vencido, ajudou a democracia a vencer e a ser consolidada em Portugal”.

João Galamba, deputado do Partido Socialista:

“Obrigado por tudo, amigo Mario Soares. O país e a democracia nunca esquecerão”.

Pedro Santana Lopes, ex-primeiro ministro:

Mário Soares é igual a liberdade. Lembro-me ainda muito jovem da manifestação em defesa da república até à Alameda, com Mário Soares a liderar todo aquele movimento, numa altura em que a sociedade estava dividida. Mário Sores é igual a liberdade. Um homem que toda a vida disse o que sentia e o que pensava e foi sempre igual a ele próprio e nunca cedeu.”

Jorge Torgal, candidato a Bastonário da Ordem dos Médicos:

“Mário Soares, que hoje partiu, deixa o exemplo da defesa intransigente dos valores primordiais da liberdade, da democracia, do respeito dos direitos humanos. Tive a honra de merecer a sua amizade. Que espero poder continuar sempre a honrar nos princípios e nos valores. O meu pesar, à família, a Portugal”.

 

Luís Filipe Vieira, presidente do Sport Lisboa e Benfica:

“Nesta hora de enorme perda para o País, expresso o mais profundo pesar pelo falecimento do Dr. Mário Soares”.

Sporting Clube de Portugal, em comunicado:

“Na morte do Dr. Mário Soares, o Sporting Clube de Portugal curva-se perante a memória de um Estadista”.

Futebol Clube do Porto, em comunicado:

“A relação entre Mário Soares e o FC Porto foi sempre fraterna: o primeiro primeiro-ministro português eleito democraticamente, em 1976, foi também o Dragão de Honra inaugural, em 1986, na segunda entrega dos Dragões de Ouro. Trata-se da mais alta distinção atribuída pelo clube”.

Pedro Proença, presidente da Liga de Clubes de Futebol:

“O antigo Presidente da República e chefe de governo foi um lutador pelas liberdades pátrias, um político cuja visão nos abriu as portas da Europa e um ‘árbitro’ que nunca se reformou para garantir os direitos da livre cidadania”.

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