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BCE deve anunciar hoje alargamento do programa de compra de ativos

No encontro desta quinta-feira, a instituição europeia não deve mexer nas taxas de juro de referência, segundo alguns analistas.
  • Axel Schmidt/Reuters
8 Dezembro 2016, 08h14

O Banco Central Europeu (BCE) deverá anunciar esta quinta-feira um alargamento temporal do programa de compra de ativos até setembro de 2017. A reunião de política monetária do BCE realiza-se esta manhã na sede da instituição, em Frankfurt, seguida pela habitual conferência de imprensa.

A analisa financeira Teresa Gil Pinheiro explicou que “o fator de maior incerteza, na nossa opinião, reside, no montante das compras que será anunciado para os seis meses de prolongamento do mercado”. A responsável do Banco BPI diz à agência Lusa: “Irá o BCE manter as compras atuais nos 80 mil milhões de euros mensais depois de março, ou irá anunciar que o montante será mais baixo, voltando talvez aos 60 mil milhões de euros/mensais?”

Também para o economista do Banco Carregosa Rui Bárbara a grande curiosidade neste momento no mercado é saber o que vai o BCE decidir quanto ao plano de compra de ativos (maioritariamente, dívida pública) que pôs em marcha para ajudar a debelar a crise de financiamento de alguns países da zona euro, o chamado ‘Quantitative Easing’ (QE).

A data estabelecida para o fim da ajuda do BCE era março de 2017. “A pouco mais de três meses dessa data, já é mais ou menos consensual que o QE não vai acabar abruptamente em março. Por isso, governos, bancos e investidores esperam que Mario Draghi anuncie um prolongamento. A grande dúvida é saber até que ponto o BCE tem margem de manobra para continuar a comprar 80 mil milhões de euros de ativos”, explicou.

Entre os cenários apontados, continuou, está o prolongamento da data, com redução do montante das compras, manutenção do montante das compras e indicação da data de fim do plano, ou não definição da data de fim, mas “assegurar que esta ajuda não é eterna”.

Na mesma linha, o economista-chefe do Montepio Geral, Rui Bernardes Serra, antecipa o alargamento temporal do programa pelo menos até setembro, “com uma probabilidade de 50% de que o ritmo de compras mensais possa passar a ser inferior ao atual, a partir de março (o término do atual programa)”. Na última reunião, sinalizou, Draghi admitiu ser muito pouco provável assistir-se a uma interrupção abrupta do atual programa, sugerindo a existência de um período de redução gradual do ritmo de compras de ativos.

Para o gestor da corretora XTB, Eduardo Silva, “esta reunião será a mais importante dos últimos meses e a especulação é total”. Na sua perspetiva, existe a expectativa de que poderá ser anunciada uma nova ronda de estímulos, uma vez que a instabilidade política tem vindo a aumentar. “O otimismo de Draghi nas últimas intervenções, juntamente com os bons dados económicos, tornam igualmente possível que o organismo opte por manter tudo inalterado, enquanto observa os indicadores dos próximos meses para tomar uma posição”, acrescenta.

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