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Bruxelas vê a economia portuguesa a crescer 1,6% este ano

A previsão da Comissão Europeia é suportada pelo boom do turismo e fica ligeiramente acima da do Governo, que estima uma expansão de 1,5% em 2017. Bruxelas vê o défice público a cair de novo este ano, para 2% do PIB face aos 2,3% de 2016.
13 Fevereiro 2017, 10h09

A Comissão Europeia tem uma visão ligeiramente mais positiva que o Governo sobre o crescimento da economia portuguesa para este ano.

Nas previsões económicas de Inverno publicadas hoje, Bruxelas prevê que a economia cresça 1,6%, enquanto o Governo, no Orçamento do Estado para 2017, assumiu um crescimento do PIB de 1,5% este ano e um acelerar face aos 1,3% registados em 2016.  Em relação a 2018, a CE estima uma ligeira desaceleração do ritmo de crescimento, para 1,5%.

“O forte desempenho na segunda metade de 2016, especialmente do turismo, melhorou as perspetivas do economia portuguesa. O investimento tímido tem pesado negativamente no crescimento mas prevê-se que recupere. O défice público é estimado em 2,3 do PIB em 2016, ajudado por receitas não-recorrentes, e deverá fica abaixo dos 2,5% no horizonte das previsões”, sublinhou a CE.

“O défice é previsto cair para 2% do PIB em 2017, principalmente devido a uma operação não-recorrente (a recuperação de uma garantia dada ao BPP que vale 0,25% do PIB), à continuação da recuperação económica moderada e a política monetária acomodatícia,” escreveu a comissão no relatório, alertando contudo que os riscos ao outlook orçamental estão inclinados negativamente, ligados às incertezas que rodeiam as perspetivas macroeconómicas e o potencial impacto no défice de medidas para apoiar a banca.

Em linha antes de divergir

A autoridade europeia prevê que o consumo privado irá permanecer robusto, suportado pelo aumento do salário mínimo. Em relação às exportações, recorda que Portugal aumentou a quota de mercado em 2016, uma tendência que deverá continuar este ano antes de estabilizar em 2018, enquanto as exportações deverão acelerar em linha com a recuperação do investimento, o que resultará numa ligeira contração do superavit comercial externo.

Segundo a CE, a forte época no turismo suportou o mercado de trabalho com a criação de empregos e os salários a crescerem. O aumento do emprego deverá, no entanto, abrandar gradualmente de 1,3% em 2016, para 0,6% em 2018, com o desemprego visto a cair para cerca de 10% em 2017 e 9,4% em 2018.

O crescimento previsto para a economia portuguesa este ano é idêntico ao que Bruxelas espera para a zona euro, mas para o próximo ano há uma divergência:  enquanto o bloco da moeda única deverá crescer 1,8% em 2018, a expansão em Portugal será de 1,5%.

Quanto à União Europeia como um todo, a expetativa é de crescimentos de 1,8% este ano e no próximo. Destaque ainda para a economia do Reino Unido, que deverá crescer 1,5% este ano e apenas 1,2% em 2018, resultado do Brexit.

[Notícia atualizada às 10h47]

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