[weglot_switcher]

China Three Gorges sonda eventuais interessados na EDP Renováveis nos EUA

A China Three Gorges, uma empresa pública estatal chinesa, sondou empresas europeias como a italiana Ene, a espanhola Iberdrola, a francesa Engie e as alemãs E.ON e RWE , noticia a Reuters que cita fontes.
  • EDP
26 Junho 2018, 19h25

Segundo a agência Reuters a China Three Gorges está a sondar eventuais interessados nos ativos que o Grupo EDP detém nos Estados Unidos, onde a empresa liderada por António Mexia tem a EDP Renewables North America.

Esta démarche pretende acautelar uma eventual rejeição dos reguladores dos Estados Unidos cujas autorizações são condições de lançamento da Oferta Pública de Aquisição sobre a EDP.

A Reuters diz que a China Three Gorges manteve conversações com empresas europeias de energia para avaliar o seu interesse em comprar o negócios das renováveis ​​da EDP nos EUA, uma vez que busca suavizar o caminho para a sua planeada aquisição da empresa portuguesa, disseram três fontes familiarizadas com o assunto.

O objetivo de identificar potenciais compradores é antecipar objeções das autoridades dos EUA, que estão a intensificar o escrutínio das aquisições chinesas de ativos americanos em setores estratégicos e podem bloquear a proposta de aquisição da EDP , disseram fontes do setor bancário à Reuters.

A China Three Gorges, uma empresa pública estatal chinesa, sondou empresas europeias como a italiana Ene, a espanhola Iberdrola, a francesa Engie  e as alemãs E.ON e RWE , disseram fontes.

No entanto, embora a Engie esteja interessada nos ativos dos EUA, é improvável que os outros procurem um acordo, acrescentaram as fontes.

A Enel, a Iberdrola, a Engie, a E.ON e a Iberdrola não quiseram comentar, enquanto a China Three Gorges não respondeu ao pedido de comentários, diz a Reuters.

Os ativos da EDP Renováveis nos Estados Unidos representam 48% da sua frota total e o país é o principal impulsionador do crescimento do Plano de Negócios da EDP Renováveis 2016-20, representando 51% (1,8 GW) dos objetivos de aumento de capacidade de 3,5 GW para o período 2016-20 (uma média de 700 MW por ano).

De entre as numerosas autorizações e condições regulatórias que deverão ser satisfeitas para que a Oferta possa ser lançada sobre a EDP e EDPR, a Oferente (CTG) identificou, como condicionantes ao lançamento da Oferta, a obtenção da aprovação por parte da CFIUS  – Committee on Foreign Investment in the United States  não sujeita a condições, a não ser que tais condições sejam aceites pela Oferente; e de uma decisão final por parte da FERC (Federal Energy Regulatory Commission of the United States of America) a autorizar a aquisição, conforme descrita no Projecto de Prospecto e no Projecto de Anúncio de Lançamento e sem alterações.

A CFIUS é um órgão composto pelos responsáveis dos principais departamentos e agências federais dos Estados Unidos da América, presidido pelo Secretário do Tesouro dos Estados Unidos. E tem autoridade para autorizar transacções que resultaram ou podem resultar na aquisição de controlo por uma entidade estrangeira de uma actividade comercial nos Estados Unidos. As transacções que não sejam autorizadas por este órgão podem ser objecto de medidas adversas por parte do Governo dos Estados Unidos da América.

No relatório da visada a administração da EDP diz que “dada a importância para a EDPR e para a EDP da plataforma de renováveis nos Estados Unidos, no sentido de permitir a exposição a um mercado líder a nível global e a uma fonte de crescimento de longo-prazo rentável, de baixo risco e sustentável, as potenciais consequências das autorizações necessárias poderão resultar num impacto material na estratégia e perspectivas de crescimento da EDP”.

A CTG tem no entanto a intenção de procurar o envolvimento da equipa de gestão da Sociedade Visada em relação a qualquer condição específica ou acordos que possam ser necessários.

A EDP já esperava que esta exigência poderá ser particularmente relevante nos negócios nos Estados Unidos, onde a CFIUS/FERC poderão impor compromissos e/ou condições (habitualmente designados por remédios e/ou medidas mitigadoras).

As empresas de energia europeias têm vindo a passar por uma onda de consolidação, procurando criar escala em parte devido à crescente mudança para fontes de energia renováveis ​​que as está a forçar a mudar os modelos de negócios.

Copyright © Jornal Económico. Todos os direitos reservados.