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Erdogan compara anulação de comícios turcos na Alemanha com “práticas nazis”

“Pensava que a Alemanha tinha renunciado há muito tempo [às práticas nazis]. Estávamos enganados”, argumenta o presidente da Turquia.
  • Recep Tayyip Erdogan
6 Março 2017, 10h35

O presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, defendeu este domingo que o cancelamento de comícios na Alemanha onde iam discursar ministros turcos não é diferente das “práticas nazis” perpetradas no país durante o século XX. A Alemanha diz que a reação do líder turco é “absurda, vergonhosa e estranha”, mas afasta a possibilidade de vir a romper as relações diplomáticas, temendo que isso levaria a uma aproximação da Turquia à Rússia.

A Turquia viu serem cancelados três comícios sobre a reforma constitucional que Recep Erdogan quer implementar no país e que dará ao presidente mais poderes. A medida vai ser referendada a 16 de abril e o Governo turco esperava poder conseguir um maior apoio junto de cerca de 1,5 milhão de cidadãos turcos esperados nos três comícios. No total, cerca de três milhões de turcos vivem atualmente na Alemanha e sempre que há eleições importantes na Turquia, a comunidade é visitada por autoridades do país.

“As vossas práticas não são diferentes das dos nazis”, declarou Erdogan em resposta ao cancelamento dos comícios por parte da Alemanha. “Pensava que a Alemanha tinha renunciado há muito tempo [àquelas práticas]. Estávamos enganados”.

Da Alemanha veio a reação do ministro da Justiça, Heiko Maas, que afirma que a reação do presidente turco é “absurda, vergonhosa e estranha”. Maas, que é o vice-líder do partido da União Democrata Cristã (CDU), da chanceler Angela Merkel, sublinhou que “Erdogan reagiu como uma criança teimosa que não quer ninguém no seu caminho”.

Temendo que a crescente tensão entre os dois países faça com que Ancara “corra diretamente para os braços do presidente russo [Vladimir Putin]”, a Alemanha descarta a possibilidade de vir a cortar relações diplomáticas, mas pede um pedido formal de desculpas.

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