A participação da seleção espanhola de futebol no Mundial de 2018, na Rússia, pode estar em risco. A Federação Espanhola de Futebol (RFEF) terá recebido, esta sexta-feira, uma carta da FIFA com a advertência de que as ingerências do Governo espanhol podem determinar a suspensão de Espanha como membro associado e, por isso, a expulsão dos espanhóis de todas as competições em que participa. O Mundial da Rússia 2018 está incluído.
Segundo o El País, na origem do aviso da FIFA está a proposta do Conselho Superior dos Desportos (CSD), junto do Tribunal Administrativo do Desporto (TAD), para se repetir as eleições para a presidência da RFEF, realizadas no mês de maio, que elegeram Ángel María Villar.
Com base na Operação Soule, que determinou a prisão do presidente da RFEF, Ángel María Villar, em julho, por suspeita de corrupção, o TAD também emitiu uma resolução favorável à repetição de todo o processo eleitoral que foi enviado ao Conselho de Estado, o órgão que deve, em última análise, decidir se há ou não novas eleições. Aliás, a repetição das eleições já tinham sido propostas pelo candidato derrotado Jorge Pérez, mas o TAD tinha rejeitado esse pedido.
Para a FIFA, a posição do CSD representa uma intromissão governamental que põe em risco a autonomia da RFEF. Um dos pressupostos da FIFA é que as federações associadas sejam independentes de todo e qualquer órgão ou mecanismo político-governamental.
“Cada membro deve gerir os seus assuntos de forma independente e garantir que não há interferência de terceiros em seus assuntos”, pode ler-se no artigo 13º dos estatutos da FIFA.
A RFEF, atualmente presidida por Juan Luís Larrea, após a suspensão cautelar de Ángel María, já terá, segundo o El País, informado a FIFA sobre a manobra realizada pelo CSD e o parecer do TAD. Porém, o aviso do órgão máximo do futebol é “claro e contundente”, refere o El País.
Fontes da CSD confirmaram ao periódico que uma reunião de Larrea com o ministro da Educação e Desportos espanhol, Iñigo Méndez de Vigo, foi solicitada. Do encontro deverá sair uma tomada de atitude pela RFEF. Certo é que novas eleições implicam o afastamento definitivo de Villar, que conserva o cargo apesar da suspensão cautelar, e de Larrea, que pretende manter o cargo até 2020.
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