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Mais feriados implicam menos produtividade?

No próximo ano, há cinco feriados à sexta ou à segunda-feira. A indústria têxtil refere que estas pausas trazem custos associados de 200 milhões e a metalomecânica diz 90 milhões. Turismo e comércio não se queixam.
  • Hugo Correia/Reuters
7 Novembro 2016, 08h43

Além de cinco feriados antes ou depois do fim-de-semana, o calendário para 2017 oferece mais seis à quinta ou à terça-feira, o que pode significar ‘ponte’ para muitos trabalhadores. O “Diário de Notícias” ouviu vários setores e refere, esta segunda-feira, que as perdas são de 90 a 200 milhões de euros.

A estimativa de Paulo Vaz, diretor-geral da Associação Têxtil e Vestuário de Portugal (ATP), é a de que haja perdas de 200 milhões de euros com o regresso dos feriados do Corpo de Deus, do 5 de Outubro, de 1 de novembro e 1 de dezembro.

“É muito simpático repor feriados, mas é preciso ver que isto aumenta o número de vezes em que as indústrias têm de interromper a produção a meio da semana”, acrescenta o dirigente da entidade ao matutino.

No início de 2016, estes quatro feriados foram repostos, a partir de quatro projetos de lei do PS, BE, PCP e Verdes. A suspensão de alguns feriados civis e religiosos foi uma medida criada em 2012, durante o Governo de Pedro Passos Coelho.

De acordo com diversos estudos, entre vantagens e desvantagens, o custo dos feriados supera o retorno em quase 40 milhões de euros. Para as empresas na área do turismo, do comércio ou do lazer, os dias livres são benéficos.

Na opinião do presidente da Confederação do Turismo Português, Francisco Calheiros, as pontes e os feriados são positivos para o turismo e significam “ocasiões privilegiadas para os portugueses viajarem e fazerem refeições fora de casa”. Ainda que não tenha valores exactos sobre o efeito na rentabilidade do setor, Francisco Calheiros explicou ao matutino que não tem dúvidas de que acabam por ter impacto junto do movimento interno de turistas, que representa 30% do mercado.

Já no setor da metalurgia e da metalomecânica, a reposição dos feriados teve um impacto de 90 milhões de euros de perda no valor acrescentado bruto.

“Há os custos associados à mão-de-obra, a que se somam os energéticos: ligar e desligar as máquinas a meio da semana aumenta bastante a fatura energética”, afirma Gonçalo Lobo Xavier, assessor da direção da Associação dos Industriais Metalúrgicos, Metalomecânicos e Afins de Portugal, sublinhando que o consumo de energia no arranque é de 30% superior.

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