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Governo quer médicos seniores nas urgências e gera novo impasse com sindicatos

As negociações entre o Governo e os sindicatos dos médicos, que se arrastam há mais de ano e meio, voltam a conhecer um novo impasse. Os sindicatos falam numa “atitude de confrontação ultrajante” e ameaçam com nova greve.
9 Agosto 2017, 10h47

O Executivo de António Costa apresentou uma contraproposta às reivindicações dos sindicatos dos médicos, onde propõe que os profissionais com mais de 55 anos passem a fazer urgências e diz que os aumentos remuneratórios tiveram um crescimento sem paralelo. Os dirigentes sindicais falam numa “atitude de confrontação ultrajante” e ameaçam com nova greve.

Segundo avança o jornal ‘Público’, as negociações entre o Governo e os sindicatos dos médicos, que se arrastam há mais de ano e meio, voltam a conhecer um novo impasse. O Governo aceita ceder à redução da carga horária dos médicos nos serviços de urgência, mas pede em contrapartida que os médicos seniores, que estão dispensados de fazer urgências, dediquem seis hora por semana a estes serviços.

“É uma não proposta negocial. Lamentavelmente, o ministro da Saúde está a empurrar os médicos para uma nova greve”, afirma o secretário-geral do Sindicato Independente dos Médicos (SIM), Jorge Roque Cunha. “[O ministro da Saúde, Adalberto Campos Fernandes] não fez absolutamente nada do que se tinha comprometido e ainda está a gozar na nossa cara”, sublinhou.

Os sindicatos dizem que esta proposta negocial é “muito pior do que a que determinou a greve de 10 e 11 de maio” e esta “atitude de confrontação, manipulação e demagogia” vai contribuir para “uma mobilização muito maior e uma indignação generalizada”.

O Governo diz ainda que o salário dos médicos aumentou entre 15 e 20% nos dois anos desta legislatura, mais do que em qualquer outro grupo profissional da Administração Pública. Nos últimos três anos, o número de médicos especialistas aumentou 8,1% (1.339) e o dos enfermeiros cresceu 9,4% (3.477).

A próxima reunião entre as duas partes está marcada para esta sexta-feira, no Ministério das Finanças. O Governo garante estar disponível para reduzir a carga horária de 200 horas para 150 horas por ano de trabalho suplementar mas, a acontecer, será de forma faseada até 2021.

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