O lucro da Jerónimo Martins aumentou 9,1% no primeiro trimestre deste ano, face a igual período de 2017, para 85 milhões de euros, acima da média das estimativas dos analistas contactados pelo Jornal Económico, que apontavam para um crescimento de 6,4%.
Esta evolução é justificada com o aumento das vendas a um ritmo superior ao esperado, tanto na Polónia como em Portugal, mesmo tendo em conta o impacto positivo do facto de este ano a Páscoa ter sido celebrada mais cedo do que em 2016, influenciando o primeiro trimestre do ano, em vez do segundo.
Em comunicado divulgado através da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), a empresa informa que as vendas consolidadas aumentaram 14,2% no período em análise, para 4,2 mil milhões de euros.
“O forte desempenho de vendas gerou bons resultados no trimestre, com todas as nossas insígnias a tirar o máximo partido da época da Páscoa”, refere a Jerónimo Martins.
A margem aumentou 0,2 pontos percentuais, para 898 milhões de euros.
Os analistas contactados pelo Jornal Económico apontavam para uma subida de 12,1% das vendas, para 4.123,6 milhões de euros.
As vendas da cadeia de lojas polaca Biedronka aumentaram 15,6% (em euros) e as do português Pingo Doce subiram 7,1%.
Os resultados antes de juros, impostos, depreciações e amortizações (EBITDA) aumentaram 12,2%, para 215 milhões de euros, dois pontos percentuais acima do passo estimado pelos analistas.
Salários justificam queda da margem de EBITDA
A margem de EBITDA caiu 0,1 pontos percentuais, para 5,1%, puxada por uma evolução negativa de 0,5 pontos percentuais da distribuição em Portugal, para 4,5%, o que a empresa explica com o aumento dos salários na cadeia de distribuição.
O EBIT aumentou 6,4%, para 119 milhões de euros, aqui, abaixo das expectativas, que apontavam para uma evolução de 9,2%, para 122,3 milhões de euros.
O investimento ascendeu a 141 milhões de euros, dos quais 56% foram investidos na Biedronka e 14% na rede colombiana Ara, que ainda está em fase de expansão, o que se reflete nos resultados.
“A Ara e a Hebe registaram, ao nível do EBITDA, perdas de 24 milhões de euros, 85% dos quais se referem à Ara”, refere a empresa liderada por Pedro Soares dos Santos. Nos primeiros três meses de 2017, as perdas equivalentes foram de 23 milhões de euros.
A rede polaca de retalho de beleza e cuidados pessoais Hebe registou vendas de 47 milhões de euros, 30,8% acima do primeiro trimestre de 2017, e abriu 11 novas lojas.
No comunicado, a empresa reconfirma ainda o programa de investimento de entre 700 e 750 milhões de euros este ano, que inclui a adição líquida de 70 a 80 lojas Biedronka, a abertura de 150 lojas Ara e “os importantes programas de remodelação de lojas da Biedronka e do Pingo Doce”.
No primeiro trimestre, foram abertas 11 lojas da rede polaca, que representam uma adição líquida de duas unidades.
Resultados de 2017 caíram com efeito Monterroio
A Jerónimo Martins apresentou os resultados anuais de 2017 a 28 de fevereiro, que mostraram uma quebra de 35%, face a 2016, para 385 milhões de euros, penalizados pelo efeito da venda da Monterroio, em 2016. Numa base comparável, este valor representaria um crescimento de 6,7%.
As vendas consolidadas aumentaram 11,3%, para 16.276 milhões de euros, embalados pelo desempenho da cadeia polaca de retalho alimentar Biedronka, que vendeu mais 10,4%, chegando aos 11.075 milhões de euros.
O EBITDA) subiu 7%, para 992 milhões de euros.
Excluindo o impacto da Ara e da Hebe – cadeias de retalho que ainda estão numa fase de investimento intensivo –, o EBITDA registou um aumento de 9,7%.
A Margem EBITDA do grupo caiu 0,2 pontos percentuais, para 5,7%, o que penalizou a evolução dos títulos em bolsa, nos dias seguintes.
Excluindo o impacto da Ara e da Hebe – cadeias de retalho que ainda estão numa fase de investimento intensivo –, o EBITDA aumentou 9% e a margem progrediu 0,5 pontos percentuais, para 6,4%.
Em Portugal, as vendas da cadeia de retalho Pingo Doce cresceram 3,1%, para 3.667 milhões de euros, enquanto as do grossista Recheio aumentaram 7,2%, para 942 milhões de euros.
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