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Moçambique está “quase na bancarrota”

Alerta é da organização sindical, que é aliada da Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo), atualmente no poder.
  • Mike Hutchings/Reuters
22 Dezembro 2016, 15h46

A Organização dos Trabalhadores de Moçambique – Central Sindical (OTM-CS) afirmou esta quinta-feira que Maputo está numa situação de “quase bancarrota”. O sindicato moçambicano alerta ainda para “os perigos desta situação”, ao mesmo tempo que considera que “a paciência tem limites”.

Segundo dados oficiais, o crescimento económico de Moçambique deve atingir o valor mais baixo dos últimos 15 anos – abaixo dos 4%, numa altura em que os valores de inflação a chegarem aos 30%. Também o metical está a cair mais de 40% em relação ao dólar e os níveis dívida pública estão a atingir “valores insustentáveis”. Face a isso, os sindicatos avisam que o país pode estar à beira da rutura.

Alexandre Munguambe, secretário-geral da OTM-CS diz que à recente situação que Moçambique vive com a crise político-militar, se veio somar uma “crise económica e financeira provocada pela conjuntura externa, endividamento excessivo do país e calamidades naturais”. “O conjunto destes fatores levou-nos à quase bancarrota em que estamos mergulhados”, justifica.

O líder da organização, que é aliada da Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo), atualmente no poder, alerta ainda para “os perigos desta situação” e acusa a classe política moçambicana de ter traído o povo ao apostar na confrontação política e militar.

Alexandre Munguambe alude aos confrontos perpetuados entre as Forças de Defesa e Segurança e o braço armado da Resistência Nacional Moçambicana (Renamo), principal partido da oposição, contra o Governo. A Renamo recusa-se a aceitar os resultados das eleições gerais de 2014 e exige governar nas seis províncias onde reivindica vitória, no norte e centro do país.

“O país e os moçambicanos foram assim traídos por este grupo, que mergulhou o país numa crise, cujas consequências são hoje carregadas nas costas pelos trabalhadores e suas famílias”, declara o líder sindical e avisa que “a paciência tem limites”.

As negociações de paz entre o Governo e a Renamo não tiveram até à data resultados palpáveis.

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