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Mortes nos Comandos. Oficial diz que recrutas do curso 127 eram fracos

O oficial comandante afirmou que o desempenho do grupo no decorrer do estágio de preparações ficou “aquém” do espetável. “Quase todos os instruendos [do grupo de graduados] tinham falta de motivação, falta de espírito de sacrifício, falta de carácter”, disse.
27 Março 2017, 12h52

No âmbito do inquérito-crime às mortes de dois recrutas, o oficial comandante (entretanto suspenso) de companhia do curso 127 dos Comandos, e o tenente-coronel suspeito de não ter acatado as ordens do general comandante das Forças Terrestres, vão ser interrogados esta segunda-feira pelo Ministério Público (no Departamento de Investigação e Acção Penal de Lisboa), noticia o “Público”.

O mesmo jornal consultou o processo de averiguações do Exército, junto ao inquérito-crime do 2º furriel Hugo Abreu, que morreu na noite do primeiro dia de prova, e do soldado Dylan da Silva, falecido uma semana depois, no Hospital Curry Cabral. Segundo o comandante, um dos quatro grupos da instrução, o dos graduados (do qual pertenciam os dois recrutas) “era constituído por instruendos na sua generalidade de médio/baixo nível” físico.

“Quase todos os instruendos [do grupo de graduados] tinham falta de motivação, falta de espírito de sacrifício, falta de carácter”, apontou o capitão, destacando ainda “pela negativa um instruendo em particular por ter simulado desmaios e quebras de tensão”, refere o oficial comandante, citado pelo “Público”.

O curso 127 dos Comandos ficou marcado por sete desistências, seis das quais logo nos dois primeiros dias da prova. Além da morte dos dois recrutas, um alferes ficou internado no Hospital das Forças Armadas e não mais regressou à instrução na Carregueira, avança o jornal.

O oficial comandante, quando confrontado com o facto de todos os recrutas terem superados as provas físicas de acesso, considerou “que durante o estágio” de preparação, nas quatro semanas antes do início do curso, “o desempenho da generalidade do grupo foi aquém do que seria de esperar de um grupo de graduados”, cita o “Público”.

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