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Na Venezuela, um pão custa 83 euros

A Venezuela emitiu novas notas com valor mais elevado. O objetivo é simplificar a vida às transações de muitos venezuelanos, que têm de transportar sacos de dinheiro para conseguirem fazer face à hiperinflação de preços de bens e serviços.
17 Janeiro 2017, 13h01

O Governo venezuelano começou esta segunda-feira a colocar em circulação as novas notas com valor mais elevado para substituir as anteriores, que perderam peso com a desvalorização do bolívar. No entanto, os analistas alertam que a medida é insuficiente tendo em conta o avanço vertiginoso da hiperinflação no país.

A medida foi prorrogada este domingo pelo presidente venezuelano, Nicólas Maduro, pela terceira vez em menos de um mês da vigência da antiga nota. O objetivo da substituição das notas de 100 bolívares é simplificar a vida às transações de muitos venezuelanos, que têm de transportar sacos de dinheiro para conseguirem fazer face à hiperinflação de preços de bens e serviços.

Nicólas Maduro terá mostrado uma grande resistência em emitir notas de maior denominação para não ter de reconhecer os valores da inflação.

No último ano, Nicólas Maduro elevou cinco vezes o salário mínimo para compensar o avanço da inflação, da qual não há dados oficiais há mais de um ano. O Fundo Monetário Internacional (FMI) aponta para que este ano a inflação na Venezuela ultrapasse os quatro dígitos, para os 1.660%.

Segundo o diretor da Câmara de Comércio de Caracas, Víctor Maldonado, a emissão de novas notas é sinónimo de que “a inflação acabou com o poder aquisitivo do bolívar”. Em declarações à Associated Press, Víctor Maldonado alerta que, sem uma nova disciplina fiscal, a medida será “insuficiente”.

As novas notas de 20 mil bolívares, emitidas pelo Banco Central da Venezuela, devem substituir até 20 de fevereiro as notas de 100 bolívares, que valem hoje pouco mais do que 16,67 euros e não chegam para comprar um pedaço de pão na Venezuela, que custa, em média, 500 bolívares.

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