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Novo Banco: prejuízo agrava 77% para 1.395 milhões de euros

Resultados foram prejudicados pelo aumento de 49,6% das imparidades, para mais de 2.000 milhões de euros, segundo os dados divulgados esta quarta-feira pela instituição financeira.
  • Cristina Bernardo
28 Março 2018, 17h26

O prejuízo do Novo banco aumentou 77% no ano passado, face a 2016, para 1.395,4 milhões de euros, empurrado pelo aumento de 49,6% das imparidades, para mais de 2.000 milhões de euros, segundo os dados divulgados esta quarta-feira pela instituição financeira.

Em comunicado divulgado através da Comissão do mercado de Valores Mobiliários (CMVM), o Novo Banco refere que as imparidades foram reforçadas, tendo atingido um total de 2.056,9 milhões de euros, das quais 1.229,2 milhões para crédito, 398 milhões para operações em descontinuação e 134,3 milhões de provisões para reestruturação.

O resultado operacional (produto bancário-custos operacionais) foi positivo, de 341,7 milhões de euros, mas traduzindo uma quebra de 11,6% face ao verificado no exercício anterior. Considerando a receita do Mecanismo de Capital Contingente o resultado antes de impostos foi de 923,5 milhões de euros (-988,1 milhões em 2016) e o resultado do exercício foi de -1.395,4 milhões 0 que compara com os -788,3 milhões em 2016.

O valor dos impostos de 445,1 milhões (a deduzir ao resultado) inclui a anulação de prejuízos fiscais reportáveis que, de acordo com o atual plano de negócios, não preenchem as condições para serem considerados no ativo do Banco, face à revisão do Plano de Negócios após a negociação com a DG Comp, explica o Novo Banco que fez o write-off de 520 milhões de euros de DTA´s (ativos por impostos diferidos).

Ao nível da atividade, o Grupo reduziu a sua carteira de crédito em cerca de 2,3 mil milhões (-6,9%), com especial incidência no crédito não produtivo/non performing loans (-1,7 mil milhões). A sinistralidade do crédito não produtivo reduziu-se para 30,5% (2016: 33,4%), com a respetiva cobertura por imparidade a aumentar para 58,7% (2016: 49,3%), diz o Novo Banco. O rácio de crédito vencido passou de 17,6% em 2016 para 16,6% do total da carteira em 2017.

A redução de NPAs (ativos não rentáveis) foi de 2,3 mil milhões de euros face a 2016.

Os depósitos de clientes aumentaram 4,1 mil milhões (+16,1%), em termos homólogos, dos quais 1,8 mil milhões resultantes da concretização da operação de LME (Liability Managment Exercise), cujo impacto ao nível das obrigações emitidas se saldou por uma diminuição de 2,2 mil milhões de euros.  A evolução dos resultados de operações financeiras (+45,2%) refletiu os ganhos apurados com os resultados da operação LME (209,7 milhões). A operação LME teve esse impacto positivo no 4º Trimestre de 2017  a que vão acrescer poupanças de juros durante 5 anos.

Produto bancário comercial fixou-se em 719,4 milhões influenciado pela redução da margem financeira (-23,3%) que absorveu a melhoria nas comissões (+17,2%).

Os Resultados de operações financeiras de 214,3 milhões beneficiaram do efeito da operação LME (209,7 milhões).

O produto bancário foi de 890,9 milhões (-8,9% em termos homólogos), não considerando a ativação do Mecanismo de Capital Contingente, calcula o banco.

Houve uma redução de 7,1% dos custos operativos em reflexo de continuadas políticas de racionalização e otimização de custos.

Novo programa de rescisões

O Novo Banco avança hoje com o novo programa de rescisões voluntárias para os colaboradores efectivos de qualquer empresa do Grupo GNB (Grupo Novo Banco) sediada em Portugal.

Este programa de rescisões voluntárias 2018, surge no âmbito da continuidade o Plano de Reestruturação do Novo Banco, e pretende dar cumprimento às novas metas impostas pela DG Comp europeia.

Já tinha sido noticiado que o Novo Banco vai avançar com um processo de rescisões voluntárias e reformas antecipadas que deverá levar à saída de 440 trabalhadores (metade por cada um dos dois programas), além do fecho de 73 balcões, segundo fontes do mercado.

As condições deste programa estão detalhadas no site do Novo Banco. O prazo para a apresentação da adesão começa hoje, dia 28, e vai até 13 de abril.

O Novo Banco fechou o ano com 473 agências (-64 que em 2016) e terminou 2017 com 5488 colaboradores (-608 que no ano anterior).

(atualizada)

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