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Oficial: chineses lançam OPA à EDP, oferecem 3,26 euros por ação

O valor da OPA à EDP fica 4,8% acima dos 3,11 euros do valor das ações da EDP no fecho da sessão de sexta-feira. A oferta avalia a empresa em 11,9 mil milhões de euros. A China Three Gorges também lançou uma OPA à Renováveis, mas neste caso o preço oferecido é 6,6% abaixo da cotação atual.
  • EDP
11 Maio 2018, 21h25

A China Three Gorges (CTG), principal acionista da EDP Energias de Portugal, lançou uma Oferta Pública de Aquisição (OPA) sobre a totalidade do capital da empresa, oferecendo 3,26 euros por ação, segundo o anuncio preliminar registado na CMVM.

Este valor fica 4,8% acima dos 3,11 euros do valor das ações da EDP no fecho da sessão de sexta-feira.

” A contrapartida oferecida é de 3,26 euros por ação, deduzido de qualquer montante (ilíquido) que venha a ser atribuído a cada ação, seja a título de dividendos, de adiantamento sobre lucros de exercício ou de distribuição de reservas, fazendo-se tal dedução a partir do momento em que o direito ao montante em questão tenha sido destacado das Ações e se esse momento ocorrer antes da liquidação financeira da Oferta”, refere o anúncio.

“A Oferta é geral e voluntária, obrigando-se a Oferente, nos termos e condições do presente anúncio preliminar e dos demais documentos da Oferta, a adquirir a totalidade das Ações representativas do capital social da Sociedade Visada objeto da presente Oferta que forem objeto de válida aceitação”, explica.

A CTG explica  que a oferta corresponde um prémio de cerca de 10,8% em relação ao preço médio ponderado das ações no mercado nos últimos seis meses anteriores à presente data, que é de cerca de 2,94 euros por ação.

O intermediário financeiro, representante da oferente e encarregado da assistência à ofertaé o Banco Comercial Português (BCP).

“A eficácia da oferta estará sujeita…  à aquisição por parte da oferente, no âmbito da oferta, de um número de ações que, acrescidas às ações detidas pela oferente ou por sociedades que estejam com esta em relação de domínio ou de grupo  representem, pelo menos, 50% dos direitos de voto mais um direito de voto”.

A tentativa de compra avalia a empresa portuguesa em 11,9 mil milhões de euros e requer o fim do limite de direitos de voto por acionista, que é atualmente de 25%. Para alterar esse limite,  é necessária uma aprovação com dois terços dos votos em Assembleia Geral.

Preço oferecido pela EDPR fica abaixo da cotação

A CTG também lançou uma OPA à totalidade do capital EDP Renováveis, na qual a EDP tem 82,6%, mas neste caso o preço oferecido (7,33 euros por ação) é inferior à cotação atual (7,845 euros).

Neste caso, a oferta “é igual ao preço médio ponderado das ações no Mercado Regulamentado Euronext Lisbon, durante os últimos seis meses , arredondado para o cêntimo superior”.

A China Three Gorges é a principal acionista da empresa liderada por António Mexia, com 23%. No entanto, a CTG não é a única empresa chinesa presente no capital da EDP, pois outro grupo, denominado CNIC, tem 4,98% do capital da EDP. Desta forma, os grupos chineses já controlam cerca de 28% da maior energética portuguesa.

Governo não se opõe, diz não ter “visão fechada”

O primeiro-ministro António Costa disse que o Governo “não tem nada a opor” à OPA. “Nós não temos nada a opor, não temos nenhuma reserva …os investidores chineses têm sido bons investidores quer na REN, quer na EDP, quer em outros. Nós somos um país aberto não temnos uma visão fechada”, referiu o primeiro-ministro, António Costa.

“Mais importante de saber quem são os acionistas é saber o projecto que têm para a empresa. O Governo não tem de ser informado o Estado não tem nenhuma participação na empresa. Deixemos o mercado funcionar”, adiantou.

Reforço chinês reage a vaga de fusões

A 6 de abril, o Jornal Económico noticiou que a China podia reforçar na EDP para enfrentar vaga de fusões e que até ao fim deste ano haverá uma definição de como a China Three Gorges, maior acionista da EDP, irá posicionar-se perante uma onda de fusões nas energéticas europeias desencadeada na Alemanha.

O mercado europeu está a ser palco de fusões e aquisições entre empresas de energia. A aliança anunciada pelas alemãs Eon e RWE, num negócio de 43 mil milhões de euros, despertou no mercado a convicção de que chegou à Europa uma onda de fusões no sector energético. Assim, depois da consolidação na Alemanha, tanto a italiana Enel, como a francesa Engie terão agora de se posicionar para aquisições noutras geografias.

Num vídeo enviado às redações esta sexta-feira, Yang Ya, o Chief Financial Officer da CTG afirmou que a OPA sobre a EDP é “um passo natural”, no seguimento de uma parceria de seis anos e dada a proximidade que tem com o negócio e gestão da elétrica portuguesa. Adiantou que a EDP vai permanecer cotada na Bolsa de Lisboa e que depois da conclusão da OPA, a “empresa continuará independente”.

[Atualizada às 22h43]

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