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Partido Popular Europeu pede demissão de Dijsselbloem e exige pedido de desculpas

O pedido surge na sequência das polémicas declarações feitas pelo presidente do eurogrupo sobre os países do sul da Europa de que “não podem gastar o dinheiro em copos e mulheres e logo depois pedir ajuda”.
  • Francois Lenoir/REUTERS
28 Março 2017, 12h25

O Partido Popular Europeu (PPE) apresentou esta terça-feira um pedido formal de demissão do presidente do Eurogrupo, Jeroen Dijsselbloem, na sequência das polémicas declarações feitas sobre os países do sul da Europa. O grupo parlamentar exige ainda que o presidente do Eurogrupo peça desculpas pelo “caráter ofensivo e discriminatório” das suas declarações.

A iniciativa da carta terá partido do vice-presidente do Grupo Partido Popular Europeu, o espanhol Esteban Gonzalez Pons e terá sido subscrita pelo presidente do grupo parlamentar, Manfred Weber, e outro seis eurodeputados do mesmo grupo, que correspondem à maioria partidária.

O grupo parlamentar explica, em comunicado, que “muitos de nós não nos sentimos representados por si desde que tivemos conhecimento das suas afirmações. É por isso que, respeitosamente, lhe pedimos que se desculpe e que se demita do cargo”. “Atacar um certo grupo de países, como o fez, é atacar cada um dos países da União Europeia; é atacar toda a gente, homens e mulheres, sem distinção”, afirma.

O eurodeputado português Paulo Rangel, que também ocupa a vice-presidência do grupo PPE, reitera, em comunicado, que “perante a gravidade das declarações de caráter ofensivo e discriminatório não pode haver contemplações”.

Em entrevista a um jornal alemão, Jeroen Dijsselbloem terá dito que, durante a crise do euro, “os países do norte da Europa mostraram-se solidários com os países afetados pela crise”, advertindo, no entanto, de forma polémica, que os países do sul da União Europeia “não podem gastar o dinheiro em copos e mulheres e logo depois pedir ajuda”.

Jeron Dijsselbloem explicou as suas declarações alegando que “foi direto” e que isso “pode ser explicado com a cultura de rigor holandesa, a cultura Calvinista”. Ora os signatários do pedido de demissão agora apresentado afirmam que tal não é desculpa e que “a cultura Calvinista nada tem a ver com o desprezo por outras pessoas”.

As declarações do presidente do Eurogrupo geraram contestação em vários países, incluíndo em Portugal, onde o primeiro-ministro português, António Costa, e o chefe de Estado, Marcelo Rebelo de Sousa, terão apelado à demissão de Jeroen Dijsselbloem.

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