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“Penelopegate”: Aumenta a pressão para que François Fillon se demita

Depois de ter rebentado o escândalo sobre o uso indevido de dinheiros públicos envolvendo a mulher de François Fillon, o candidato de centro-direita tem vindo a cair drasticamente nas sondagens. Membros do partido começam a forçar o seu afastamento da corrida às presidenciais francesas.
  • Christian Hartmann/REUTERS
2 Fevereiro 2017, 13h17

Considerado o único candidato capaz de derrotar a extrema-direita de Marine Le Pen, o candidato do centro direita às eleições presidenciais francesas, François Fillon, tem vindo a decair nas sondagens, depois do escândalo envolvendo a mulher e a utilização indevida de dinheiros públicos. Com os barómetros a indicarem que o candidato pode nem passar a uma segunda volta, começa-se a instalar a dúvida dentro do partido sobre até que ponto pode François Fillon ter sido uma boa aposta eleitoral.

A poucos meses da primeira volta às presidenciais francesas, o “Penelopegate” veio baralhar as previsões eleitorais em França. Entre 1998 e 2012, Penelope Fillon terá sido contratada mais do que uma vez como assistente parlamentar do marido. Acontece que o cargo para o qual foi indicada nunca foi ocupado e os 500 mil euros brutos recebidos durante esses oito pela mulher do candidato foram destinados a pagar um “emprego fictício”.

Com isto a imagem de homem honesto que quer reduzir os gastos públicos e reduzir o número de funcionários da Administração Pública, que François Fillon queria passar ao povo francês, fica seriamente comprometida. Embora alegue estar a ser vítima de conspiração, apenas 29% dos franceses acreditam que o candidato presidencial está a dizer a verdade, segundo uma  sondagem revelada pela Europe 1, esta terça-feira.

Dentro do próprio partido a situação não é diferente. As primeiras vozes dissonantes começam a fazerem-se ouvir e a pressionar uma eventual retirada do candidato à corrida presidencial.

“Eu acho que o nosso candidato deve parar”, afirmou esta quarta-feira o membro de centro-direita do senado francês, Alain Houpert, ao canal televisivo francês Public Senat.

Antes dele também também os deputados republicanos Georges Fenech e Bruno Le Maire já se tinham pronunciado sobre o caso dizendo que o caso “chocou muito o povo francês” e que “não queremos ser a orquestra que vê o Titanic afundar”.

François Fillon chegou a admitir a possibilidade de desistir da corrida às presidenciais, cuja primeira volta se realiza a 23 de abril de 2017, se fosse investigado pela polícia. Esta semana o candidato e a mulher foram interrogados pelas autoridades francesas sobre o caso e, neste momento, a investigação está a ser alargada aos dois filhos do casal.

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