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Portugal coloca 1.250 milhões de dívida às taxas mais baixas de sempre

“Foram duas emissões de dívida com bastante sucesso e em ambas Portugal conseguiu emitir dívida com as taxas mais baixas de sempre para estes prazos”, explicou Filipe Silva, diretor da gestão de ativos do Banco Carregosa.
  • D.R.
14 Março 2018, 11h06

Portugal voltou aos mercados esta quarta-feira, emitindo 1.250 milhões de euros de dívida, a 10 e a 27 anos, com as taxas de juro mais baixas de sempre para estes prazos.

“Foram duas emissões de dívida com bastante sucesso e em ambas Portugal conseguiu emitir dívida com as taxas mais baixas de sempre para estes prazos”, explicou Filipe Silva, diretor da gestão de ativos do Banco Carregosa.

Na emissão de 975 milhões de euros de Obrigações do Tesouro (OT), a 10 anos, a taxa de juro conseguida pelo Estado português foi de 1,778%. O valor significa uma queda de 0,268 pontos percentuais em relação à última emissão de dívida com o mesmo prazo, realizada a 14 fevereiro, quando a taxa foi de 2,046%.

“É uma descida substancial para um curto espaço de tempo, em linha com o mercado”, referiu Filipe Silva, numa altura em que as yields das Obrigações com a mesma maturidade negoceiam em mercado secundário nos 1,825%.

No entanto, o diretor da gestão de ativos do Banco Carregosa nota que “o mais extraordinário foi a emissão a 27 anos”. Na emissão de 275 milhões de euros OT a 27 anos, a taxa caiu 1,17 pontos percentuais, para 2,8%. No último leilão comparável, em julho do ano passado, a taxa de colocação tinha sido 3,977%.

Isto significa que Portugal paga agora para emitir dívida que apenas vence em 2045, o mesmo que pagava em setembro de 2017 por dívida a 10 anos.

Na maturidade mais curta, a procura superou a oferta em 1,7 vezes (abaixo das 2,08 vezes de fevereiro), enquanto na maturidade mais longa, a procura foi de 2,8 vezes a oferta (acima das 2,15 em julho do ano passado).

“Estas duas operações mostram que o prémio de risco da dívida portuguesa baixou drasticamente o que é muito bom para os interesses do país, dado sobretudo tratar-se de dívida longa.  Estes resultados irão certamente ter impacto também no custo de financiamento de empresas portuguesas que queiram emitir dívida no mercado”, acrescentou Filipe Silva.

[Notícia atualizada às 11h15 com comentário]

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