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Presidente romeno rejeita indigitar “testa de ferro” do partido vencedor das eleições

A economista Sevil Shhaideh seria a primeira mulher e a primeira muçulmana à frente do Governo do país.
27 Dezembro 2016, 13h36

O presidente da Roménia, Klaus Iohannis, rejeitou esta terça-feira indigitar a candidata do partido de esquerda vencedor para primeira-ministra. Sevil Shhaideh seria a primeira mulher e a primeira muçulmana à frente do Governo do país.

“Ponderei com cuidado os argumentos a favor e contra e decidi não aceitar esta proposta. Portanto, exorto a coligação PSD/ALDE a fazer outra proposta”, afirmou o presidente esta manhã.

A decisão foi tomada pelo presidente romeno depois de Sevil Shhaideh, de 52 anos, ter sido indicada como candidata pelo partido social-democrata, que saiu vencedor nas eleições do passado dia 11 de dezembro e que, em conjunto com a Aliança de Liberais e Democratas, tem maioria absoluta no Parlamento.

Sevil Shhaideh tem um vasto currículo enquanto economista e exerceu altas funções na administração pública. Apesar de lhe ser reconhecida uma posição progressista, vários analistas alertam que a nomeação de Sevil Shhaideh para o cargo servirá para que o líder do partido, Liviu Dragnea – acusado de tentativa de fraude fiscal e manipulação dos votos no referendo para a destituição do então Presidente, Traian Basescu, há quatro anos –, controle o Governo embora esteja formalmente impedido de exercer funções executivas.

Em declarações à Reuters, o deputado Cristian Ghinea acusa o partido social-democrata de ter escolhido “uma testa de ferro com o objetivo de lhe preparar o terreno para que se torne primeiro-ministro”.

A oposição diz ainda que Sevil Shhaideh tem pouca experiência enquanto política, tendo em conta que o cargo mais alto que já ocupou foi, durante seis meses, a secretaria de Estado do Desenvolvimento Regional.

Uma outra crítica levantada à candidata social-democrata é o facto de esta pertencer a uma pequena comunidade turca do país e ser casada com um empresário de origem síria, que tem laços estreitos com o regime de Bashar al-Assad e chegou mesmo a ser ministro da Agricultura de Assad. Na Roménia apenas 0,5% da população pertence à religião islâmica.

Recorde-se que a 11 de dezembro, os romenos voltaram às urnas para eleger um novo parlamento. No último ano, a Roménia foi governada por um governo tecnocrata, após a demissão do governo do PSD de Victor Ponta, acusado de corrupção em 2015.

Com a rejeição de Sevil Shhaideh para primeira-ministra, Klaus Iohannis poderá agora optar pelo candidato proposto pelos conservadores do Partido Movimento Popular (PMP), Tomac Partido Eugen.

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