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Trump desafia anos de diplomacia com telefonema para Taiwan

Donald Trump pôs fim ao corte de relações diplomáticas com a ilha que durava há mais de 35 anos. A iniciativa do futuro presidente dos EUA terá irritado o Governo chinês.
  • Mike Segar/Reuters
3 Dezembro 2016, 11h51

Pode ter sido o primeiro incidente diplomático do futuro presidente dos Estados Unidos. Donald Trump e a Presidente de Taiwan, Tsai Ing-wen, estiveram à conversa por telefone esta sexta-feira, o que não agradou a Pequim por se tratar de “uma manobra engendrada” de apoio à independência da ilha, levando os media chineses a censurar a sua divulgação.

A conversa gerou elevadas expetativas sobre uma maior cooperação entre Washington e Taipé. Desde 1979 que Washington mantinha cortadas as relações diplomáticas com a ilha, que se declara soberana e independente, mas que é considerada por Pequim uma “província rebelde” e parte do seu território.

Trump terá felicitado a presidente Tsai, do Partido Progressista Democrático (DPP), por se ter tornado presidente de Taiwan em janeiro deste ano, após uma vitória esmagadora nas eleições sobre o Kuomintang (KMT), que tem vínculos muito mais amigáveis com a China.

Segundo a equipa de transição de Trump, “durante a conversa, falaram sobre os estreitos laços económicos, políticos e de segurança” entre os dois países.

A iniciativa do presidente não foi bem recebida pela China que já se pronunciou sobre o ‘incidente’, dizendo que esta “é uma manobra engendrada por Taiwan” que não vai prejudicar o consenso internacional para “uma só China”. A chamada telefónica terá sido censurada pela imprensa chinesa, que evitou referir-se a ela nos sites da imprensa estatal e internet.

Em declarações à AFP, a porta-voz do Conselho de Segurança Nacional Emily Horne sublinha que “não há qualquer mudança na política de longa data sobre as questões ao longo do estreito”. “Continuamos firmemente comprometidos com a política “Uma China” (…) O nosso interesse fundamental é a paz e estabilidade nas relações através do estreito”, acrescenta.

Donald Trump, que toma posse no próximo mês, não tem solicitado briefings sobre a atual política diplomática americana antes de entrar em contacto com os diferentes líderes internacionais, segundo avançam os jornais norte-americanos.

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