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Trump suaviza aumento das tarifas para a importação de alumínio e aço

Afinal, o presidente dos Estados Unidos foi sensível à revoada de protestos sobre o pagamento das novas taxas aduaneiras sobre o alumínio e o aço. Às isenções para o México e Canadá, poderão juntar-se outros países. A Austrália é a primeira da fila de espera.
10 Março 2018, 13h00

Apesar dos avisos dos parceiros internacionais, do Partido Republicano e de parte da própria Casa Branca sobre a guerra comercial que o presidente dos Estados Unidos decidiu, Donald Trump promulgou o enorme aumento das tarifas sobre a importação de aço e alumínio na passada quinta-feira e prometeu repelir “um ataque ao nosso país” por parte da concorrência estrangeira.

Mas o México e o Canadá ficarão isentos destas novas taxas aduaneiras, decisão que Trump prepara para a renegociação do Acordo de Livre Comércio da América do Norte (NAFTA), cuja ronda decorrerá no início de abril. As novas tarifas entrarão em vigor dentro de 15 dias, mas aqueles dois países estarão isentos indefinidamente “para ver se podemos chegar a um acordo”, disse Trump.

Mas, segundo avançam os jornais norte-americanos, o presidente tem em aberto a possibilidade de isentar também a Austrália e “outros países”, sem especificar, numa medida que os analistas consideram ser uma forma de suavizar o ambiente internacional – depois do avolumar das ameaças de retaliação.

Esses “outros países” podem tentar negociar a sua própria isenção de tarifas, ele Trump, se garantirem que as suas ações comerciais não afetam a segurança dos Estados Unidos. “A indústria americana de alumínio e aço foi devastada por práticas agressivas de comércio vindas do exterior” – que terão feito desaparecer 50 mil empresas e seis milhões de postos de trabalho nos Estados Unidos.

O presidente anunciou a decisão no mesmo dia em que 11 países do Pacífico assinaram um extenso acordo comercial posterior à retirada dos Estados Unidos, decidida por Trump em 2017, do Acordo de Cooperação Económica Transpacífico.

Entretanto, no meio de tantas reticências face à decisão da Casa Branca, Trump conseguiu encontrar um apoiante: o CEO da Century Aluminium, Michael Bless, disse que as novas tarifas permitiriam à empresa, que produz alumínio de alta pureza usado em aeronaves militares, recrutar cerca de 300 novos trabalhadores e reativar linhas de produção paradas numa fundição do Kentucky no início de 2019. Do mesmo modo, a United States Steel Corporation disse que planeia duplicar as suas operações na fábrica de Granite City, Illinois, e recrutar cerca de 500 novos colaboradores.

Mas são exemplos sem repetição: líderes empresariais de sectores que consomem aço recordaram que essas empresas perderam cerca de 200 mil postos de trabalho quando, em 2002, o então presidente George W. Bush impôs tarifas semelhantes às que agora Trump vai criar.

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